COMO A ANSIEDADE AFETA O AMBIENTE CORPORATIVO

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Infelizmente o Brasil já possui o triste recorde de ser o primeiro país em número de casos de ansiedade em todo o mundo!

Atualmente, a ansiedade vem sendo tratada como uma das maiores enfermidades mentais de todos os tempos, sendo considerada “o mal do século” e perdendo apenas para a depressão que vem crescendo a níveis assustadores.

O que é a ansiedade?

Na realidade, a ansiedade em si não é uma doença, mas sim um conjunto de sintomas que indica que alguma coisa não está funcionando bem em nosso mundo interior. Assim como uma febre pode sinalizar um simples resfriado ou uma gripe, a ansiedade pode revelar algum desequilíbrio em nossa esfera psíquica.

É importante destacar que a ansiedade ou os sintomas ansiosos têm como base o medo, muitas vezes desproporcional à realidade. O medo é um importante mecanismo de defesa de todo animal, seja ele racional ou irracional, que em situações de ameaça ou perigo irá reagir de forma instintiva através de uma estratégia de luta, fuga ou paralisação.

Estas reações têm como objetivo básico a preservação da vida. Assim, é natural que sintamos medo ao atravessarmos uma avenida movimentada ou mesmo, ao caminharmos à noite sozinhos em uma rua deserta (principalmente em grandes metrópoles), porém devemos estar atentos ao medo excessivo, que pode ocorrer em situações banais do cotidiano. Isto pode significar que os nossos “gatilhos internos” que disparam as reações de defesa estejam desregulados ou excessivamente sensíveis, criando uma falsa sensação de perigo e colocando todo o organismo em estado de alerta, substituindo o “temor” por “tremor” interno, como um vulcão prestes a entrar em erupção.

Claro que um pouco de ansiedade pode ser saudável em situações que necessitem de um estado de atenção ampliado, como prestar um exame no vestibular, uma entrevista de emprego, etc.

O problema é a dose de ansiedade que muitas vezes pode passar dos limites, com repercussões negativas para a nossa saúde emocional e física, causando inúmeras transtornos ou doenças como: Estresse, Transtorno de pânico, TOC (transtorno obsessivo compulsivo), Burnout (sensação total de esgotamento), TAG (transtorno de ansiedade generalizada), Depressão, Fobias, Insônia, além de outros sintomas físicos como: problemas cardiovasculares, doenças gastrointestinais, diabetes, doenças na pele e até mesmo câncer, dentre outras patologias      

A ansiedade no Ambiente Corporativo:

É evidente que em um ambiente cada vez mais competitivo e agressivo com um crescente aumento de pressão por resultados e melhoria dos níveis de desempenho e agravado ainda pela incerteza da pandemia acabe se gerando mais medo e insegurança e consequentemente mais ansiedade.

Além disto, outro fator desencadeante de muita ansiedade é o isolamento social causado pela COVID 19, pois sabemos que o homem é um ser gregário e que foi concebido para viver socialmente. A falta de interações com outras pessoas realmente causa muito estresse. O trabalho em home office imposto pelos tempos de COVID sem dúvidas traz inúmeros benefícios, como falta de necessidade de deslocamento, horários flexíveis, mais tempo com a família, dentre outros, mas pode aumentar de forma considerável o nível de ansiedade dos funcionários e consequentemente as doenças ou transtornos decorrentes da mesma.

Outra fonte de ansiedade é o excesso de informação e comunicação virtual e a necessidade de estarmos conectados o tempo todo, pois precisamos estar sempre checando, enviando e respondendo prontamente nossos e-mails, Facebook, WhatsApp, Instagram, twitter, vídeo conferências pelo Zoom, Houngout, Teams, dentre outros.

É evidente que as empresas estão muito preocupadas com a saúde dos funcionários, mas também com os prejuízos relacionados a estas enfermidades em decorrências de licenças remuneradas, absenteísmo, demissões, etc. Para se ter uma ideia da gravidade do problema, segundo um estudo da Organização Mundial de Saúde publicado pela Lancet Psychiatric magazine em 2016, os custos causados por doenças relacionadas à ansiedade (especialmente estresse) e depressão estavam em torno de US$ 1 trilhão por ano. Imaginem que este valor é maior do que o PIB de alguns países do mundo!  

Felizmente, algumas empresas já estão aplicando e propiciando aos seus funcionários algumas alternativas para reduzir a ansiedade. Uma delas que vem ganhando destaque atualmente é a meditação mindfulness.

Pesquisas recentes no campo da neurociência têm comprovado que viver o presente traz muitos benefícios à saúde e bem-estar e que a prática regular de meditação como a MINDFULLNESS ou ATENÇÃO PLENA, por exemplo, altera positivamente algumas estruturas do nosso cérebro, especialmente na região do córtex pré-frontal, simplesmente por nos conduzir ao estado presente ou ao “aqui e agora”, ou seja; a ciência vem confirmando o que os orientais já sabiam e praticam há milhares de anos: Viver o momento presente pode ser o melhor remédio para os principais males da nossa alma, incluindo a ansiedade e demais transtornos.

A meditação também pode contribuir com o autoconhecimento porque nos ajuda a encontrar o nosso eixo e ponto de equilíbrio, auxiliando a identificar padrões de comportamento e crenças limitantes, reduzindo o fluxo e a velocidade de nossos pensamentos, ruídos e interferências externas. 

Adicionalmente, algumas empresas também já vêm investindo na criação de espaços mais agradáveis, com ambientes planejados, áreas de lazer, cursos, palestras, psicoterapia, coaching, mentoria como forma de melhorar a saúde mental de seus funcionários, buscando alavancar o desempenho dos mesmos, ajudando a reter seus talentos e consequentemente melhorando o lucro de seus negócios.

Em paralelo, precisamos também fazer a nossa parte, desligando a cabeça de vez em quando com práticas simples como passear em um parque, encontrar “fisicamente” (quando for possível) com amigos ou simplesmente assistir a uma boa comédia na televisão para a redução da ansiedade. Tudo isto pode nos ajudar a sair do piloto automático e a nos conectar com o momento presente.

Sendo assim, é importante, sempre que possível, colocar em prática um dos principais ensinamentos do grande “filósofo” Carioca de Xerém da Baixada Fluminense no Rio de Janeiro e ícone da nossa Música Popular Brasileira, Zeca Pagodinho, que diz assim: “Deixa a Vida Me Levar, Vida Leva Eu”.

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