A importância do autoconhecimento para a capacitação do líder humanista.

A importância do autoconhecimento para a capacitação do líder humanista

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“Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os Deuses”. Com esta frase, Sócrates, filósofo grego que morreu em 399 A.C. já exaltava a importância do autoconhecimento para o nosso desenvolvimento e para o relacionamento com o mundo ao nosso redor.

Trazendo este tema para o contexto do mundo corporativo contemporâneo, acredito que um processo de liderança bem-sucedido somente poderá ocorrer se o líder tiver um elevado grau de autoconhecimento. Por isso, a frase extraída de um templo da cidade de Delfos na Grécia Antiga e divulgada por Sócrates, continua tão atual nos dias de hoje, precisando ser muito mais difundida no ambiente das empresas e dos negócios.

Um líder que pretende ser humanista precisa entender de pessoas e a única maneira de conhecer pessoas, é conhecendo a si mesmo.

Infelizmente, é justamente aí que residem os maiores problemas!

No ambiente corporativo é fácil encontrar líderes egocêntricos, arrogantes, narcisistas, manipuladores e altamente focados em concentração de poder.  

Além disto, com o acirramento da competitividade, permeada por inúmeras fusões e aquisições, alguns líderes (inconscientes) adotam estratégias de defesa e sobrevivência cruéis que causam impactos extremamente negativos em sua qualidade de vida e das pessoas que trabalham e convivem com eles.

Este estilo de liderança geralmente acarreta muitos prejuízos às empresas, porque estas não conseguem reter seus talentos, que acabam migrando para outras companhias simplesmente para receberem um tratamento mais humano, focado no individuo e não somente em balanços financeiros e lucratividade, tornando assim ainda mais importante o papel do autoconhecimento para a capacitação de uma liderança humanista.

Também é evidente que a chance de se obter resultados mais satisfatórios a longo prazo com funcionários motivados, comprometidos, vestindo a camisa da organização, é muito maior em empresas que tenham como foco a valorização de pessoas.  

O líder não pode se isolar em sua torre de vidro, tentando administrar seu negócio à distância, sem saber o que efetivamente seus subordinados acham, pensam e anseiam.

O autoconhecimento passa necessariamente por uma análise profunda de nossas motivações conscientes e inconscientes, buscando o entendimento de nossas reais necessidades e desejos mais profundos.

Alfred Adler, médico e psicólogo austríaco que trabalhou com Freud no começo do século XX, foi o autor da teoria do complexo de inferioridade. Ele dizia que um sentimento de inferioridade primário está enraizado na experiência original de fraqueza, desamparo e dependência experimentadas por uma criança pequena e que este sentimento poderia ser o catalizador de uma forte necessidade de poder como forma de compensar esta suposta inferioridade. Ele achava também que toda criança tem um sentimento de inferioridade por comparação realista com os adultos, maiores e mais hábeis, cuja superação seria sua principal meta na vida.

Ou seja, atrás de um líder obsessivo por poder, segundo Adler, poderia estar escondida uma criança indefesa e insegura, precisando de amparo e ajuda. Ele chamava atenção ainda sobre a necessidade de estarmos atentos ao nosso mundo interior a fim de minimizarmos condutas deste tipo, que certamente podem ocasionar muitos danos pessoais a longo prazo.

Para nos conhecermos é necessário trazer à luz uma parte ainda oculta de nós mesmos que pode revelar alguns traços não muito agradáveis de nossa personalidade, mas que também pode nos conduzir ao caminho do sucesso e auto-realização. Conhecendo bem os nossos pontos fracos e pontos fortes, teremos muito mais chance de sermos bem sucedidos em qualquer área de nossas vidas.

Carl G. Jung, psiquiatra e psicoterapeuta suíço, fundador da escola de Psicologia Analítica e um dos maiores pensadores do nosso tempo, dizia que a evolução de nossa consciência acontece necessariamente através do encontro com a nossa sombra e que este encontro só seria possível através do autoconhecimento. Desta forma, conseguiríamos encontrar algumas respostas para o nosso comportamento muitas vezes motivado por mecanismos inconscientes e pela nossa mente irracional.

Assim, quando conseguimos obter o equilíbrio do nosso lado consciente e inconsciente, nos tornamos pessoas mais plenas, centradas, focadas em nós mesmos e consequentemente nos outros, conseguindo enxergar com mais clareza o que acontece ao nosso redor.

Muitos líderes acabam tropeçando por não se preocuparem em se conhecerem profundamente, comprometendo desta forma suas carreiras, qualidade de vida, saúde e bem-estar.

Portanto, acredito que o exercício de liderança sem autoconhecimento corresponda à tentativa de caminhar em uma prancha de isopor sobre uma piscina repleta de tubarões.

Sendo assim, não vale a pena arriscar. O autoconhecimento, sem dúvida, pode salvar muitas vidas, carreiras e negócios. Este é o melhor investimento que podemos proporcionar a nós mesmos e as pessoas ao nosso redor irão agradecer!

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